sábado, 5 de março de 2011

Crítica ao álbum SO REAL de Mandy Moore



O que esperar de uma adolescente de 15 anos que acaba de entrar no mundo fonográfico e foi “criada” para rivalizar-se com Britney Spears e Christina Aguilera? Ou melhor, reformulando a pergunta, o que esperar de um álbum gravado por uma (quase) adolescente no final dos anos 90 que ainda não tem opinião formada ou maturidade suficiente para rivalizar-se com tais artistas? “So Real”, o primeiro álbum de Mandy Moore reflete isso. Ela, que foi descoberta por um trabalhador do Fed-Ex, não teve tempo suficiente para fazer algo realmente bom para entrar no páreo daquilo que estava no topo das paradas no ano de 1999.

“So Real”, a faixa título e carro-chefe do álbum, reflete bem essa fase em que Mandy se encontrava: a adolescência. Realmente é vergonhoso pensar que aos 15 anos alguém cantava algo como “Inocência é o que eu tenho”, mas é bom lembrarmos que há uma década atrás, talvez isso se relacionasse com o que as pessoas dessa faixa etária ainda pensavam sobre elas mesmas. Mesmo com uma letra um tanto embaraçosa e esdrúxula, “So Real” tem ótimas batidas, e é isso que contava na época. Seguida por “Candy”, primeiro single da cantora, a música é tão desconcertante quanto a anterior, mas tem o plus de ter sido mais bem produzida e não ser tão ridícula em se tratando de letra, a não ser pelo trecho “Eu preciso de você, sinto sua falta como sinto falta de doce”.

“What You Want”, a terceira faixa do álbum, mostra vocais ainda um tanto infantis e uma letra que erroneamente tenta dar um lado decidido e ambíguo demais para alguém daquela idade. Mas o trunfo dessa música é o ritmo dançante e teen que compõe todo o álbum. A primeira balada do álbum, “Walk Me Home”, comparada por alguns críticos com algumas das baladas de Janet Jackson, é, até então, uma das melhores faixas do álbum. Com uma letra que qualquer poderia se identificar, falando de um amor avassalador que te faz perder o sono, é doce e não é enjoativa, mostra o lado inocente que Moore ainda poderia possuir nessa idade.

A quinta faixa desse trabalho, “Lock Me in Your Heart”, segue quase o mesmo estilo da música anterior, mas é um pouco mais animada e apropriada. Posteriomente, temos “Telephone (Interlude)” que não serve para nada além de encher a extensão do álbum em quinze segundos e dar uma introdução à próxima faixa do álbum: “Quit Breaking My Heart” que, ao contrário de “Walk Me Home”, consegue ser um pouco enjoativa e doce demais.

A seguir, temos uma das melhores faixas do álbum “Let Me Be the One”, um cover do grupo inglês 5 Stars. Com um ritmo teen, dançante e quente a música tem vocais fortes e mostra um pouco da extensão vocal da cantora que ainda teria muito a desenvolver. Depois de uma ótima faixa, “Not Too Young” vem para quebrar um pouco a qualidade que, embora com uma letra que algumas meninas poderiam se identificar, não condiz muito com a realidade.

A faixa seguinte, “Love Shot”, é trabalho de dois famosos produtores da época, Evan Rogers & Carl Sturken, mas talvez não tenha sido um dos melhores trabalhos da dupla. “I Like It”, faixa com inspiração nos anos 80 é aquele tipo de música que ou você adora ou você detesta, depende do seu gosto para que tire suas próprias conclusões. A conclusão do álbum fica por conta das faixas “Love You For Always”, uma balada com um ritmo um pouco mais acelerado que foge um pouco do estilo do CD, porque não leva a básica estrutura verso-refrão-verso, e a reprise de “Quit Breaking My Heart” em uma versão acústica, totalmente dispensável.

Embora apropriado para a idade de Mandy na época e seguindo o fluxo e moda do que era lançado na época, So Real peca pela falta de produtores mais reconhecidos e que poderiam ter dado a Mandy o sucesso que ela merecia. No entanto, talvez esse fato tenha mudado a carreira da cantora no futuro, afinal, embora jovem, Mandy já mostrava atitude e um gosto musical que a diferenciaria de suas “rivais”.

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