domingo, 13 de março de 2011

Crítica ao álbum FEMME FATALE de Britney Spears


Embora tenha lançamento oficial apenas em 21 de março, o 7° álbum de inéditas de Britney vazou na internet no dia 11. Os dois primeiros singles do CD já nos davam uma certa dimensão da direção e som que o trabalho levaria, mas algumas das outras faixas podem surpreender o ouvinte.
Ao começar a ouvir o álbum podemos estar pensando ter comprado um novo trabalho desconhecido de Kesha, e não de Britney Spears. Tudo isso é culpa da música "Till the World Ends", o carro-chefe do disco. Talvez isso possa ser explicado pelo fato de Kesha ter co-escrito a canção, mas isso não significa que seja algo ruim, afinal a música é uma ótima abertura para o álbum. A segunda canção e primeiro single do CD, "Hold It Against Me" é contagiante - talvez não tanto quanto a sua antecessora - e tem vocais mais limpos, algo raro para a Miss Spears nos últimos anos. Na terceira faixa, "Inside Out", temos uma vaga lembrança do ritmo de Blur, canção presente em seu trabalho anterior, Circus. No entanto, a música que tem um ritmo mid-tempo, mais próximo de uma baladinha, tem vocais fortes e até alguns agudos - algo mais raro ainda nos últimos trabalhos de Spears.
"I Wanna Go", considerada por alguns fãs como a melhor do álbum, é mais uma brilhante faixa composta e produzida pela dupla Max Martin & Shellback. Com um ritmo energizante e algo parecido como assobios, talvez possa ser considerada como a mais comercial e perfeita para as baladas, mas talvez não a melhor do álbum, afinal não é inovadora ou surpreendente demais. A quinta faixa, "How I Roll", produção de Bloodsh & Avant, no começo pode parecer meio estranha ou diferente, talvez a primeira canção realmente inovadora. Com um ritmo meio mid-tempo, com instrumental um tanto diferente e backing vocals masculinos, é uma ótima canção se você ouvi-la pela segunda vez.
Continuando com a música "(Drop Dead) Beautiful", o álbum continua com uma vibe extremamente animada e um refrão deveras pegajoso. "Seal It With a Kiss", embora com ritmo e letra interessantes, é, talvez, a música mais comum encontrada aqui, com uma pitada de Hilary Duff. Quando você ouve "Big Fat Bass", a primeira música em que Britney trabalha com Will.i.am do The Black Eyed Peas, você tem a impressão de que a música era pra Fergie, mas isso talvez não fosse algum ruim se a música não fosse longa demais e um tanto descartável no sentido criatividade. Entretanto, ela promete ser um hit do verão - ou dos ônibus onde algumas pessoas que não têm dinheiro para comprar um fone de ouvido nos obrigam a ouvir seus "sucessos".
"Trouble For Me", a nona faixa do disco, talvez seja uma das melhores quando tratamos do assunto batidas inovadoras e cativantes. Com seu ritmo dance, a música tem até um pseudo-mini-rap em forma de bridge que casa perfeitamente com o resto da música. "Trip to Your Heart", que no começo parece ser mais um batidão do álbum, torna-se uma música mais lenta e muito interessante, com uma das letras menos "sexuais" ou "atraentes" do CD, afinal, é bom variar de vez em quando.
Ao ouvir a décima-primeira e penúltima faixa do álbum, "Gasoline", que começa com gemidos da princesinha do pop, temos mais uma vez a impressão de estarmos com um CD de Kesha nas mãos, mas, dessa vez, temos algumas coisas que nos fazem perceber que a música tem pontos típicos de Miss Spears, como o trecho "You set me on fire" e suas head voices tão típicas. A faixa que fecha o álbum "Criminal", talvez seja a mais inovadora e deliciosa faixa do trabalho. Com instrumental que inclui batidas dance/ mid-tempo e flauta andina, daquelas que vemos alguns bolivianos tocando no centro de algumas grandes cidades brasileiras, a música tem vocais mais limpos e, além de fechar o álbum tão bem quanto ele começou, é uma inovação que poderíamos ter visto mais ao decorrer do trabalho.
Apesar da falta de participação na escrita das músicas e de produção e da falta de originalidade em grande parte das canções que o compõem, Britney diz que esse é o disco em que mais participou do processo, um pouco paradoxo. No entanto, embora com pouca inovação e muito do mesmo, o álbum cumpre sua função: ser um CD alegre, pop, destinado às rádios e às pistas de dança, o que não é de todo mal, mas poderia ter um algo a mais.

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